terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Até que...

É provável que seja este o último post do ano.
Lendo o blog de um amigo vi nele espelhado uma inquietação familiar.
Perfeito foco para encerrar.
A tal 'ação', inerente ao ator, tarda.

Cada texto que se lê, que se estuda, trazendo em si uma bagagem de referências artísticas, dói na carne. Tecnicamente? Não.
A parte humana que conversa com a ação.
Tudo acontece na cabeça.
Demora-se para ser... ator.
Tenho que pensar novas paisagens.
O nome disso? Desafio idealizado.
Espero que estejam comigo.

Feliz ano novo.
Feliz já estou: meu blog é lido e visitado.
Meu diário à maneira de Stanislavski, de tão específico, não se faz vulnerável.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Mais esporádico?

Bem, o ritmo suaviza-se este mês.
Terminadas as atividades regulares, já penso novos caminhos, que na verdade, são desdobramentos.
Minha querida Cia retoma os trabalhos em janeiro.
É o que sei. Também sei que fecho um ciclo: farei uma nova oficina na Casa das Artes, agora com Ivan Lima.
Fechei o ano, como espectadora, vendo o espetáculo Copo de leite.
Uma montagem que, dentre tantas, conta a tragédia de duas irmãs, de um jeito muito atual.
Figurino bom de ver, cenário mutante.
A direção é de Altair de Souza, da Cia Sala 3.
Não me sinto diferente, nem mais atriz.
Talvez mais gente.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Escuro Bonito

Vivo um momento bonito e dificil.
Milhares de atores ou iniciantes na arte da dramatização passaram e passam por isso.
É quase um ritual: parir um personagem... é como sinto.
Busquei no dia de hoje auxilio no yoga e no encontro semanal da Companhia. Mas estou daquele jeito...
O trabalho de aquecimento foi muito bom, interagimos, improvisamos corpo e movimentos, trabalhamos o olhar, a linguagem muda.
Sempre me sinto realizada com essa atividade.
Coisas boas do Boca.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Em frente

Ainda às voltas com a apresentação da Cia no Festival Universitário.
Experiencia importante...
E pensando ou vislumbrando possibilidades de composição para o teste que farei dia 19.
Afinal, quem é Hamlet?

Escuta tambem?
http://www.thesixtyone.com/

Para esvaziar-se e começar a ser um outro, de novo.

sábado, 27 de novembro de 2010

O tom da letra

Escrever está a cada dia mais dificil.
Muitas coisas acontecendo.
As atividades da oficina da PUC terminam esse mes.
A Cia entra em recesso, mas até lá... trabalho de corpo e pesquisa.
[quatro meses como membro...]
Amanhã tem figuração, minha primeira.
Me sinto uma criança descobrindo o mundo.
Tudo é importante: a palavra presente e a que falta.
E as visitas neste meu blog.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Do processo

As oficinas que tenho feito de alguma forma, e sempre, me afetam bastante.
Tiram da inércia minha mente e meu corpo, que busco entender para o trabalho de atriz. A da semana passada, concluída no sábado, iluminou meu caminho quanto a metas.
Já tenho consciencia de alguns pontos que precisam ser trabalhados.
E é neles que me concentrarei daqui por diante.
Mudando de assunto...

Meu feed-back sobre o projeto para a Poeisa Encenada.
Finalmente.
Pontos positivos:
- processo de criação prazeroso que resultou em parceria e resultado efetivos;
- construção de um corpo, voz e contexto para a Iza;
Pontos negativos:
- pouca intensidade da voz;
- deslocamento inconciente de aplicação do estudo técnico da personagem.
- maquiagem conflitante.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Penumbra...

Cheguei da oficina com a cabeca embaralhada.
Me sentindo perdida, confusa, ridícula.

Sei que o teatro é mais profundo que alguns suspiros.
... ou uma luz bem projetada.
Senti na pele essa verdade.
E procuro, mas encontrei nada.
Nada.

Que droga de sensação.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Quase tristeza

Hoje é dia importante.
Levei meu primeiro fora... e explico melhor.
Não fui selecionada para a comedia de Claudio Simoes.
Tentarei registrar essa sensação.
E quem sabe usá-la num trabalho.
Agora, é o que posso fazer.

Sons que não sei

Esta semana principiei uma etapa importante no trabalho para meu aprimoramento.
Tres horas diárias dedicadas ao estudo da voz.
Parece muito. Mas a complexidade de um corpo como instrumento sonador requer muito. Esse estudo me tira da escuridão, apenas.

No primeiro encontro um pouco de teoria e exercicios para controle e projeção.
Hoje é dia de trabalhar os parametros do som e escolhi uma poesia.
A oficina, que acontece na Casa das Artes, findará no sábado.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Um teste...

Ontem a noite participei de meu primeiro teste.
Me diverti deveras.
Talvez por estar entre amigos.
Talentosos, mais experientes e críticos.
Mas amigos.
Em questão um espestáculo, já montado, para o texto de Claudio Simoes. A personagem: Silvia, uma dama da sociedade, decadente e melodramática.
E cá estou eu dançando um tango com suas falas.
Até que divulguem o resultado da seleção.

Direção: Jenyffer Karla.

Logo mais a noite tem oficina de voz.
Depois falamos, teatreiros.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

De repente

...choque de realidade.

E tantas coisas para ler, o blog fica assim nú.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Outra linguagem

Ontem me permitir mudar o foco de linguagem.
Vi um filme nacional que fala de poder.
A empatia com o mocinho do roteiro é estantânea.
Ele ganha a platéia com seu conflito.
Não percebi nenhum grande antagonismo a esse conflito.

A saber: filme Tropa de Elite 2.

Vamos prestigiar o Festcine?

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Leituras

Falar de leitura aqui é indispensável.
Fizemos uma leitura branca na oficina da Puc.
Era pra ser uma leitura dramática...
Enquanto grupo ainda nao haviamos feito.
E estranhamos o texto.
O que me faz pensar na dificuldade de desenvolver qualquer trabalho sem pesquisa, sem um mínimo de dominio sobre a linguagem a ser desenvolvida.
Sem estudo nao há trabalho.

domingo, 24 de outubro de 2010

Silêncio

Esse é o silêncio da construção.
E concatenações das emoções, reflexo dos sentimentos de atuar, ou existir.

domingo, 17 de outubro de 2010

Sabe contar?

Recomeço de atividade cênica nos ensaios deste domingo.
Embrião para novo projeto.
Concepção e direção de Allan Silvestre.
Algo relacionado a números, enquanto signos e significados.
Meu primeiro trabalho, de fato, na cia Boca Grande.

sábado, 16 de outubro de 2010

Sei lá

Dom Fernando foi homenageado ontem.
Por mim, inclusive, que declamei um de seus poemas sacros.
Não obstante, sinto-me grata.
Pela experiência dos bastidores.
Me agrada a solidariedade dos atores.
Meus amigos, meus espelhos.
É uma imensidade de verdades que não se pode supor sem participar.
Estou descobrindo segredos.
E estes não posso dividir.
Porque? São... segredos.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

À maneira da coxia

O trabalho que realizo aqui é um complemento do trabalho na coxia, e mesmo, antes disso.
É bem verdade que não é algo técnico.
É mais um registro de pensamentos e composição de uma identidade como atriz.
Exercito a capacidade de diálogo.
Quando releio o que escrevo.
E percebo o movimento do teatro.
Paralelo e inerente.

Beijo de Corpo Inteiro


Não resisti expor aqui essa imagem maravilhosa.
A foto é de Marcos Serra Lima.
Que clicou o ator Matheus Solano para um trabalho em seu blog, exatos Dois Cliques.
É como me sinto cada vez que vejo ou toco esse chão.

Também homenageio esse lugar ora iluminado.
( E meu dogma-ator que tem nome de flor perfeita.)
Com versos de poeta.

Quero saber se você vem comigo
a não andar e não falar,
quero saber se ao fim alcançaremos
a incomunicação; por fim
ir com alguém a ver o ar puro,
a luz listrada do mar de cada dia
ou um objeto terrestre
e não ter nada que trocar
por fim, não introduzir mercadorias
como o faziam os colonizadores
trocando baralhinhos por silêncio.
Pago eu aqui por teu silêncio.
De acordo, eu te dou o meu
com uma condição: não nos compreender.

Teatro é mesmo ação.

sábado, 9 de outubro de 2010

Um não lugar comum

Saudações, amigos teatreiros!
(Vi essa saudação num blog que leio e quis usar neste post)

Cá estou pensando porque gosto de teatro.
Porque esse arrebatamento?
Esse tumulto de sensações cativantes?
Resposta estantanea.
O teatro aceita as diferenças.
Em seu espectro de alcance o estranho é natural.
Tudo faz sentido.
Tudo é permitido.
Não conheço melhor idéia de liberdade.
E fica tudo bem.

Orgulho de mim

Tenho conseguido realizar aquilo a que me propuz.
Ficar perto de teatro.
Ainda que não esteja atuando.
Na quinta vi mais um espetáculo, Cia no Escuro.
Uma adaptação curiosa de O Alienista, de Machado de Assis.
Ri muito.
Um convite bem intencionado à loucura!

Ontem uma novidade surpreendeu-me.
Uma amiga pensou num personagem para mim.
Projeto para 2011.
Uma francesa.

E semana que vem tenho uma poesia para recitar.
Convite especialíssimo de meu professor da oficina da Puc.
Ainda não sei de que se trata.
Mas já penso nas caras e bocas.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Acredita?


O curso de meus sonhos.

sábado, 2 de outubro de 2010

FIM?


Sobrevivemos À FARPA.

E sigo aprendendo.
É como tirar, devagar, uma venda dos olhos.
Devagar, porque aquilo que se vê pode cegar.

E a adrenalina não deixa dormir.
Nem saem da mente fragmentos de texto, cenas, sons e luz, conversas de bastidores.
Nem passa a vontade de continuar.

Há expectativas de viajar com a peça.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Orgulho Rasgado



Cia Mínima apresenta o espetáculo A FARPA.
Dia 01 e 02/10/2010 às 20:00h.
Local: Martin Cererê.
Elenco: Andreane Lima.Wildes Crispim.Dulce Roza.Jeniffer Crispim.Allan Silvestre.Jakeline Araújo.Petrônio Magalhães.
Direção: Franco Pimentel.

Preciso dizer nada, né?

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Perda

Cheguei de viajem.
Pensamento fixo sobre as emoções.
Elas são elemento caótico para os atores, disse o diretor, de A Farpa.
E a peça mostra isso.
Que existe além daquela cerca?
Ficando ou partindo, perder-se-á.
Como se chegássemos inteiros ao mundo e fôssemos perdendo braços, pernas, partes do corpo.
Ao longo do trajeto.
Desnudando a carne.

Isso é assunto para muitos tópicos aqui.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Labor

Esse fim de semana tem laborátorio.
Novidade pra mim.
Um recurso bastante eficiente para auxiliar na composição de um trabalho.
Une a equipe.
Descontrai antes da estréia.
Trata-se do espetáculo A Farpa.
Entrei na produção, de última hora.
Surpresa e desafio me acolhem.

domingo, 19 de setembro de 2010

Outra poesia

...
voais comigo
sobre continentes e mares
E também rastejais comigo
pelos túneis das noites clandestinas
sob os céus constelados do país
entre fulgor e lepra
debaixo de lençóis de lama e de terror,
vos esgueirais comigo, mesas velhas,
armários obsoletos, gavetas perfumadas de passado,
dobrais comigo as esquinas do susto
e esperais esperais
que o dia venha

No momento estudo esse trecho de o Poema Sujo, de F.Gullar.
É um exercício simples que explora contraste.

p.s.: E ofereço ao seguidor oculto de meu blog.

sábado, 18 de setembro de 2010

Feminino


Quero registrar minhas sensações sobre os espetáculos.
Esta noite: dois.
'Eu nao nasci', com a atriz Joana Peixoto. Delicadeza e coragem.
Aos 50 anos tudo é pele.
E ela se despe, vaidosamente.
Uma a uma suas recordações vão caindo do corpo formoso.
Nu velado.
Marília Ribeiro, da Cia Novo Ato, encena 'Via Cássia'.
Aparece numa camisa de força.
Que esconde um vestido sanguineo e dor.
Dor de mulher.
Encantamento com a construção do corpo e vozes.

Por instantes esqueci de mim.
Mas preciso dizer que prefiro a dor, da segunda atriz.

GRITAAA!!!

Hoje tem Joana Peixoto no palco.
Mulher madura fazendo arte madura...
Penultimo dia da semana de teatro.
Para encerrar o evento reservou-se a competição de improvisos.
E claro que estarei lá.

E o verbo não sai de minha cabeça.
Fala!
Grita!
Pensa!
Faça!
Queira!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Aquilo que não se vê

Acabo de chegar de um espetáculo.
Que marca o início da 3ª Semana de Teatro de Goiás.
A edição deste ano contempla o teatro solo.

Ainda tenho em mim uma sensação de estranheza.
A clara do ovo, montagem solo de Danilo Alencar, me incomodou.
Em um determinado momento o ator domina a cena.
Não sei precisar quando.
Não sei que dizer.

Ver nos afasta da sanidade?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Semana de 3

Minha semana agora tem 3 dias.
Dias de ensaio.
Deslumbramento implícito.
Conhecer o próprio corpo é sensação poderosa.
E é fácil peder o foco.
Até que se entende que alguns minutos de glória escondem semanas de trabalho.
E leitura.
E solidão.

Hoje precisei de versos, e eles fugiram.
Memória! Bem precioso para o ator.
Coordenar fala sem perder a consciência do corpo:
Meu desafio de instante.
Mas nem adianta ser bom de improvisos, sem repertório.

sábado, 11 de setembro de 2010

Coisa de diafragma!

Aprendi a usar meu diafragma na respiração.
Por vezes me pego utilizando esse elemento poderoso do corpo... assim, sem intenção!
Uma pequena vitoria nesse caminho florido e desafiante.
Mas é verdade, falta.
Melhorar concentração, processo de criação, voz.
E eu quero sempre algo mais.

p.s.: Terminei a leitura da peça de Tchekhov, A gaivota.
Nada mais apropriado...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Para sempre


Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

À procura

Tenho procurado.
E tudo tem sido objeto para indagação.
Uma peça que vejo, uma conversa com outro ator.
Eis que um amigo chega e diz: Não entenda!
E me vejo na eminência de ceder a essa tentação.
Viver o teatro.

Hamlet é meu companheiro... ao som de Chopin.
Noctune n 12.

ECUM 2010, em aguardo.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Projeto novo

Esta semana comecei um exercicio cênico que dura até dezembro.
É uma oficina com o diretor Samuel Baldani.
Terei a oportunidade de experimentar outra linguagem.
O teatro clássico, naturalista.

p.s.:
Ainda não mencionei aqui...
O curso de figurino ficou para mais tarde.
Preciso experimentar mais a atuação.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Amor Atoral

Cá estou, dia seguinte, para dizer que aprendi.
Izabel me ensinou a comer caqui e encarar abismos.
Me desmaterializou.
E me obrigou a ouvir Philipe Glass.
Essa menina-personagem de vento, menina pensamento.
Que é o esforço de três mulheres que amam a arte.

Amo.
Embora, ela tenha sido mais amiga de minha diretora.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Poesia Encenada


Neste domingo, finalmente acontece o Sarau.
Meu figurino está lindo, a poesia na ponta da lingua.
Estou feliz! Tenho orgulho desse pequeno projeto.
'Minha' equipe é maravilhosa.

E cabe mencionar:
Poesia: Traduzir-se(Ferreira Gullar)
Direção: Lohaynne Carvalho
Figurino: Caroline Albuquerque
Sonoplastia: David Barros

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Falando dela

Iza tem todas as vontades dentro de si querendo iromper seu corpo.
Corpo caotico que detem.
É preciso se conformar.
Mas resta face e fala para significar-lhe.
Ela é a arte dialogando com nossos sentidos.
'Sentidos'.
Não sei se é uma personagem... a vejo como persona, somos cúmplices.

E hoje ela não quer falar comigo.

p.s.: Engraçado como ja nasceu vestida de azul!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Revirada Cultural

Nesta sexta inicia-se um periodo de agitação artistica na cidade.
É o Revirada Cultural.
Um inúmero de eventos artisticos espalhados pelos quatros cantos de Goiania. Eita, orgulho!
Com direito a estréia de espetáculo da Companhia Teatral Oop..!
E Festival de Poesia Encenada!

http://reviradaculturalgoiania.blogspot.com

domingo, 8 de agosto de 2010

Duplo

Hoje fiz tudo de diferente.
Esse é meu desejo: ter um olhar sempre renovado.
Me despir.
E de maneira tal, nao deixar espaço entre mim e o tablado.
Que temo e respeito.
E esse questionar que não passa?
E essa poesia que ainda me indaga forma e voz?
Sou toda perguntas e sorrisos pra essa arte.
E por isso meu corpo não é mais meu.

Às vezes... Ah, às vezes, esse palco tem rosto, e cheiro.
E nome.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Do Revelar

Hoje a caminho do teatro, pensando alto, entendi tudo.
Certa vez questionei um amigo sobre a timidez dos atores.
Percebi, sublimemente, que o ator é solitário.
E é para dentro de si que ele olha em sua busca.
Ou para o reflexo das coisas exteriores em si mesmo.

Talvez por isso essa ausência de palavras minhas.
Aqui.

E essa poesia que me consome...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Figurino, eu?

Ainda nao acredito!
Aceitei o desafio de aprender figurinos.
Me inscrevi no Projeto Bastidores, patrocinado pela Funarte, que oferece 8 cursos diferentes ligados a arte, esse semestre.
Figurino foi minha escolha.
É um mundo paralelo, com linguagem particular.
Prazeres para os sentidos...
Que me aproximam do fazer teatral.

domingo, 1 de agosto de 2010

Boca grande

Assumi minha vontade de ter Boca Grande.

Klecio;
Andreane;
Lohanny;
Fernanda;
Marco;
por causa de.

Dia primeiro de agosto inesquecível.

Vi quase todos da Cia hoje!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Começo avesso

Encerra-se o ciclo de oficinas do Projeto Oops!..
Nexta sexta-feira iremos discutir as cenas apresentadas ontem, num exercicio de improvisação e trabalho com reflexos, impulsos, ritmos internos.
Finalizamos com chave de ouro.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Corpo-energia uníssono

Hoje meu corpo descansou da dor.
A sala era energia pura, fluindo em consonancia com o espaço.
Eramos espaço.
E tinha espaço para o improviso.
O corpo falou.

Comunicar

Houve interação, de todas as formas.
Riso.
Gesto.
Olhar.
E Gustavo disse algo interessante:
O corpo inteiro é ferramenta que carrega mensagens.
Simples e sublime.

O que sinto transita entre corpo e mente.
Tudo porque me preparo para ser.
Eita semana, dionisio!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Corpo que se move

Depois da conciência de corpo segue-se a exploração do espaço e a percepção de um ritmo pessoal.
Pela interação com o outro nos percebemos melhor.
E revisitamos memorias.
Fazendo amigos.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Tenho corpo

Esse é o pensamento que me vem de sobresalto após a primeira aula da oficina de corpo.
E desenvolver a consciência de um corpo que respira por inteiro.
Ora somos corpo, ora voz, ora caos.
E tudo é expressão.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sem nome

Estou trabalhando sentimentos.
Ficar perto da familia faz isso.
Ficar longe também.
Meu pai viu uma imagem, algo relacionado a meu primeiro texto de teatro. E disse: Olha, um pedaço de carne!!!
A arte também afeta meu pai, esse homem invencível?
Lugar perfeito.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O que fica

Fim de oficina.
Esperei as palavras.
Detesto quando faltam palavras pra falar do ato de pensar!
Foram apresentados três bonitos trabalhos.
Quero que todos eles saiam do papel.
Teatro-vertigem? Vida no teatro!
E que o mundo seja invadido pela coragem pra falar.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Quarta Aula

Hoje lutei contra o caos.
Caos fora e dentro.
A sensação não é boa, ainda.
Amanhã, vejo o que fazer com ele.
Ou ele, comigo.

Terceira Aula


Estudo do objeto.
Laboratório do caos.
Pós-drama.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Segunda Aula

Desconstrução e reconstrução do texto.
Diálogos.
Rubricas.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Primeira Aula

Decodificar o texto teatral.
Semiologia.
Signos.

domingo, 11 de julho de 2010

Primeira leitura

Recebi 2 textos via email.
Um conto de Machado de Assis e a primeira cena de uma peça de Eugène Ionesco.
Em que medida estes textos se comunicam?
Talvez a visao crítica da sociedade em que viveram seja o ponto de partida.
Realismo e/ou Patafisica?

Elementar, meu caro Watson!

Algo mais

Amanhã começam as aulas de literatura, na Casa das Artes.
Estou apreensiva, confesso.
Nem imagino como deve ser esse aprendizado.
Afinal, teatro traz inquietação.
E é mais um pequeno passo.
Pelo caminho que me leva ao palco.
Palco esse, que vislumbro quando penso em escrever aqui.
Sempre.

sábado, 3 de julho de 2010

Depende

Os versos de Alberto Caieiro, cabem um improviso...

A guerra que aflige com os seus esquadrões o Mundo,
É o tipo perfeito do erro da filosofia.
A guerra, como todo humano, quer alterar.
Mas a guerra, mais do que tudo, quer alterar e alterar muito
E alterar depressa.

Mas a guerra inflige a morte.
E a morte é o desprezo do Universo por nós.
Tendo por conseqüência a morte, a guerra prova que é falsa.
Sendo falsa, prova que é falso todo o querer alterar.

Deixemos o universo exterior e os outros homens onde a Natureza os pôs.

Tudo é orgulho e inconsciência.
Tudo é querer mexer-se, fazer cousas, deixar rasto.
Para o coração e o comandante dos esquadrões
Regressa aos bocados o universo exterior.

A química direta da Natureza
Não deixa lugar vago para o pensamento.

A humanidade é uma revolta de escravos.
A humanidade é um governo usurpado pelo povo.
Existe porque usurpou, mas erra porque usurpar é não ter direito.

Deixai existir o mundo exterior e a humanidade natural!
Paz a todas as cousas pré-humanas, mesmo no homem!
Paz à essência inteiramente exterior do Universo!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Improvisação

Ahhh, não existe nada mais excitante numa peça que o improviso.
É aquele momento em que você sabe que o texto não te domina mais.
A luta está vencida.

Mania

Peguei uma mania.
Ler versos eugenianos.
Versos que seduzem.
Nem me atrevo a tentar explicar esse autor!
Seus poemas são cenas de teatro...
Melhor lê-lo.
Me acompanha?

Entre os teus lábios
é que a loucura acode,
desce à garganta,
invade a água.

No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.

Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.

Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.

Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Desmistifica-te

Me diverti hoje.
Porque vi um espetáculo com jeito assim de 'não estou nem aí!'
Descontraído, provocador, descompromissado.
Não com a arte, com a pose.
Teatro é só... teatro.
Teatro é foco de intervenção.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

10 anos de Cia Oops..!

Esta semana acontecem 3 apresentações da cia teatral Oops..!
Parte do projeto que comemora os 10 anos de sua fundação, os espetáculos são uma referência para mim.
É difícil ser totalmente imparcial, porque foi através do trabalho dessa cia que me vi em contato com o teatro.
E ainda não sei se esta arte terá, para mim, fundamento estritamente pessoal, definidos por gostos e tendências.
Também não consegui me deixar cativar por outros trabalhos desta mesma forma.

Recordei uma excessão.

domingo, 27 de junho de 2010

Exercício de emoção

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos.
Era no tempo em que o teu corpo era um aquário.
Era no tempo em que os meus olhos
eram os tais peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade:
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.

'Eugenio de Andrade'

OBrigada, Sr. Andrade.

sábado, 26 de junho de 2010

Encontro

É preciso que eu diga.
Não encontrei o teatro.
Ele me encontrou.
E a meus pecados capitais.
Para colher minhas lágrimas.
E todas as sensações humanas que eu puder sentir.

E cheguei até aqui.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Estuda menina!

Estudei.
E descobri a vida interessante de Bertold Brecht.
Um dramaturgo que desejava que o teatro superasse tudo, e construisse o Homem.
E lutou com as armas que tinha para isso.
Escreveu!
Derruba-se então a quarta parede!

Fossemos infinitos
Tudo mudaria
Como somos finitos
Muito permanece.
'Bertold Brecht'

domingo, 20 de junho de 2010

Altar


Tuas mãos vazias.
Teu corpo frio.
Teu pensamento distante.
Tua alma alheia.
Teu coração pétreo.
Aceito.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Eu queria

Que quer dizer afinal 'eu queria' ?
Há muito que escuto que não se deve usar esse tempo verbal.
Pelo menos quando o assunto são objetivos traçados.
Porque? Por acaso não existe virtude na espera?
Particularmente, gosto.
É um tempo tímido, contido, persistente, sincero.

E as coisas que eu queria, ainda quero.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Oficinas de férias!

Já me inscrevi... que posso dizer?
Escolhi desta vez a de literatura dramática e expressão corporal.
Oops!.. Um delírio...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Overdose de Macário!

Vi essa montagem da Cia Oops!.. quatro vezes.
Em cada ocasião me surpreendi com um fato: a peça muda.
Não uma transformação esperada, depois de muitos ensaios desgastantes. Cada mudança tem um caráter experimental, diverso em si, que abraça o contexto fortemente.
Os momentos de improviso são encantadores.
E o autor ironiza a si mesmo torturando sua personagem.
A apresentação de hoje foi menos interessante, os atores pareciam dispersos. A platéia também.
Contudo é um momento de prazer ver esse trabalho corajoso, consagrado.
Um alimento para minha vontade de ser.

domingo, 6 de junho de 2010

Personificação

Se não fosses mar
serias continente desconhecido.
Se não fosses mar
serias pomar de maças douradas
Se não fosses mar
serias trilha para o paraíso imaginado.
Contudo és amor imaculado, molhado, calado.
Sem forma, sem nome.
És amor que define minha vida em um antes.
E o depois?

Atores também amam...

sábado, 5 de junho de 2010

Vi assim

Paisagem de gente.
E cada um tem a sua.
A de Argemiro é vermelha, cadente, pesada.
Guido anteviu. E repartiu.
Aquilo que está no dentro-fora.
O humano buscado no exterior visível e sentido.
O palco, sagrado e leal.
A moldura.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Laboratorio

Amanhã verei Guido Campos no palco.
Oportunidade simplesmente rara para assimilar.
Arrebatadora maneira de.

Meus saltimbancos irão!
Privilégio e mérito, por crescer.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Expectativas

É tarde.
E sinto ausência de sono.
E euforia em pensar em meus possíveis ensaios aos fins de semana.
Projeto de gaveta, quase saindo dela.
Que falta? Tempo, diria numa resposta quase automática.
Falta aquela peça do quebra-cabeça, aquela palavra que desafia, aquela sensação 'estou pronta e não recuo mais.'

domingo, 30 de maio de 2010

Bis

Delicado, Simples, Encantador.
A vida colorida com uma gama quase infinita de sentimentos e relações está ali representada nos 50 min da peça.
Assim é o espetáculo Envelopes, da cia Nu Escuro.
Merece bis. E teve!

sábado, 29 de maio de 2010

Fica

Se você passa
há que se perfumar as ruas
há que se colorir os espaços
e você fica.
Se você passa
há que se criar canção nova
e voce fica, emoldurado,
pelo que tenta parecer a ti.
Se você passa
e algo imaterial te alcança
é reflexo singelo da tua maneira de olhar
verde-nobre luz
E a gente pensa que você fica.

Pra você, Victor.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Se defina

O que é um ator?
O dicionário nos diz: 'indivíduo que pratica uma ação.'
Perfeito.
Perdi a fala!
Procuro uma definição particular do ser ator.
Procuro a conexão entre palavra e emoção, uma conexão universal, existencial. E ainda assim, focada.
Procuro minha verdade, a ação particular que me defina e me permita dizer...
Sou uma atriz.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Limites

Uma idéia tem ocupado minha cabeça ultimamente, além da preocupação em ler tudo que posso.
Existe limite para o talento de um ator?
Em que medida é possivel reinventar-se?
Na tv há poucos casos que demonstrem isso.
O teatro, ao que me parece, desafia mais cada ator, talvez, permitindo que ele conheça seu potencial e o coloque efetivamente a serviço da arte.
Acho que estou ficando exigente.
Não suporto mais trabalhos de encenação que não me emocionem.

Que me reserva o espetáculo da cia Nu Escuro?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Pare de rir!!!

O espetáculo de ontem foi divertido.
Uma comédia! Diário de Nabucodonosor, Cia Stars.
Está certo... faltou um pouco de rigor técnico!
Mas era noite de reencontro e descontração.
Noite dos amigos do teatro.


P.S.: Hoje descobri que Artaud acreditava no teatro como instrumento desagregador.
Mas o que isso significa?
Bem, se você foi ao teatro e saiu do mesmo jeito que entrou... você não foi ao teatro!

sábado, 8 de maio de 2010

I believe, too, Brandão!


Me guardo, e parto sem mim,
em cada minuto que o pensamento me leva
pra lugar nenhum longe de ti.
Abre a pequena gaveta devagar
prepara voz e fala
ascende a meia-luz da tua face
eis que um amor fugidio se rebela e cala.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Mais que lindo...

Ainda absorvo o que vi.

O espetáculo da Cia Bastet, Bola de Berlim, é luxuoso.

A passagem do tempo, alheia ao real. Lúdico.

A linguagem visual, forte.

Permite pensar na solidão da existência, aprisionados que somos em

nossas próprias almas.

Mas isso são apreensões de quem tentar aprender.

Apenas.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Silencio

Quero guardar tua voz em um vidro de perfumes!

Ainda que sofras, por instantes, incompreendido,

usa o dialeto particular dos teus olhos.

E partilha a luz aprisionada em cada um.

Deixa-me fitar tua boca muda.

E, por piedade de mim, emprestar-te minha voz.

Que é cega.

domingo, 2 de maio de 2010

Branca


Sou como folha branca de papel.

Vento me leva.

Pensamento me leva.

Teu sorriso me leva.

E transmuto de cor.

Agora, gaivota.

sábado, 1 de maio de 2010

Questão de palavra

Não digas onde acaba o dia.
Onde começa a noite.
Não fales palavras vãs.
As palavras do mundo.
Não digas onde começa a Terra,
Onde termina o céu
Não digas até onde és tu.
Não digas desde onde és Deus.
Não fales palavras vãs.
Desfaze-te da vaidade triste de falar.
Pensa,completamente silencioso,
Até a glória de ficar silencioso,
Sem pensar.

'Cecília Meireles.'

o que percebo é que, nem sempre o ator precisa de palavras.
Desde que tenha sentimentos a sua disposição.
Sentimentos e sensações.
Sentimentos, sensações e técnica, repetida à exaustão.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Porque?

Pascal dizia: Aposta.

Sartre dizia: Projeto.

Nietzsche dizia: Vontade.

E eu? Apenas quero.

Não quero ser escravo do que fiz,

mas sim, do que quero fazer.

'Diego de Moraes'

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Único

Hoje sou pensamentos, mais que de costume.
Tenho um desafio à minha frente: fazer bem, pra conciliar duas profissoes.
É fato. Me sangra perder um espetáculo sequer!
Sinto uma força desbravando quem eu sou!
E me zango porque hoje não li, nem vi uma peça nova.
É uma sede sem fim.
Uma velha e conhecida sede, que percebo ter estado aqui o tempo todo.
Eu e ela.

Vi a peça Macário três vezes e a sensação é a mesma.
O texto se derrama, quero bebê-lo num gesto desesperado.
Nenhuma palavra pode cair.
Que eu caia.

domingo, 25 de abril de 2010

O Festival Acabou

Acabo de retornar da solenidade de encerramento.
Nessa semana vi muitas coisas emocionantes.
Vi, principalmente, pessoas emocionantes.
Confesso que nesse instante é dificil raciocinar.
Me pareceu justo o resultado, mas o importante foi acontecer o festival. Ele era a razão de tudo; a arte, a razão de tudo.
A arte vale a pena pelo que extrai das pessoas.
De mim ela não provoca menos que encantamento absoluto.
Porque o teatro me chama, e eu, ainda muda.
Nao porque não tenha o que dizer.
Meu coração bate do lado de fora. E bate forte.
Porque o teatro me chama.

Parabenizo minha Cia de Teatro do coração, pelo premio de melhor cena do Curta Mix 2010.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Manifesto do Teatro Subterrâneo

Uma nova expressão que impressiona, pressiona nossas angústias, vontades. O ser não é mais uma simples existência. Donos do destino da vida irreal, surreal, absurda... Criadores de nós mesmos. Eu me crio, recrio, retorço, exprimo, espremo até a última gota de suor mágico – criadora cair como um orvalho no jardim do meu palco. Desconstruo, destruo, componho e sou. O mais importante é ser, não o estar.

O universal sou eu, está em mim. Agora não está mais, sou volátil. Aversivo ser expressivo, um subversivo ativo, ainda na contramão do passado. O processo é um progresso. O Teatro era, vai ser. O Teatro É. Celebramos a Vida e o Ser. Ainda não somos, existimos e insistimos para sermos. Não mudaremos a vida, o mundo, o Teatro... O Teatro que É, mostra como o mundo funciona, como você quer que ele funcione? Você que deve ser. O que você É? O que É o que É? O caos da vida originando uma linguagem desordenadamente organizada. Terror que acalma a alma.

A nova forma sem formatos, a busca incessante de identidade. Estilo estilizado? Identidade etérea, heterogênea e contemporânea. O eu – você universal, plural e simples. Um escuro esclarecido, universo ainda não visitado. Somos alienígenas não alienados. O Teatro onde o proibido é proibir. Uma nova proposta que É. Simplesmente É. O Teatro É. O environment e a persona se modificam, e miscigenados vão se modificando. O ar do nosso Teatro não é condicionado. O Teatro avesso, averso ao estar da sua sala de “Star”. Esta É uma critica. Uma crítica desconstrutiva, Uma crítica que É. Eterna descoberta produzida pelo laboratório de pesquisa do Teatro que É. O ser. Reprodução assexuada da vida humana. Eis o Teatro que É!

João Bosco Amaral

domingo, 18 de abril de 2010

Uma saída

O teatro lotou.
E que surpreendente ver uma composição como essa!
Vi diante de mim um primata socializado e cativo.
Socializado e orgulhoso de seu feito: humanizar-se para alcançar a liberdade.
Cada gesto, cada intenção, evidenciava a dualidade homem-macaco.
Tudo se trata, afinal, de encontrar uma saída, sr. Kafka?
Ela sempre existe?
Ainda que "Deixemos de criar a nossa humanidade"?

Parabenizo a Cia Club Noir e agradeço esse momento de reflexão em meu primeiro contato com os textos do autor.

sábado, 17 de abril de 2010

Festival Nacional


Amanhã, dia 18, é dia da abertura do festival.
Nem preciso dizer quão grande é minha expectativa a respeito.
Meus 'amigos de oficina' estarão lá. Meu coração aprendiz também.
Em sua segunda edição, é uma oportunidade de checar criatividade, técnica, talentos espalhados pelos quatro cantos do estado e de outros lugares.
Que eventos assim possam ser mais frequentes na cidade.

Espetáculo Convidado: Comunicação a uma academia, de Franz Kafka, Cia Club Noir.

E faça-se a arte.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ser ou nao ser...

Descobri que querer atuar é uma das coisas mais difíceis que se pode querer.
Se projetar no outro e retornar da experiencia sem perder o foco na racionalidade e na técnica.
Compor o maior número possível de expressões humanas dentro de si e dar vida a elas sem nenhuma artificialidade.
O tempo é meu maior inimigo.

O ator é um ser bem resolvido?
Calo-me.

domingo, 4 de abril de 2010

Chão!


Teatro, teatro, teatro...

Ainda nem sou atriz, nem mesmo perto de algo assim definido, ainda não te entendo e vc já me tira o chão????

Muitas perguntas permeiam meus pensamentos...
quando deixarei de temer-te sem também deixar de amar-te?
quando dominarei a ti? a mim? a ambos?
o que farás por mim? agora, não amanhã?


Minha defesa perante tudo que me aprensenta e provoca é o riso!

quarta-feira, 31 de março de 2010

Homenagem


Quero ignorado, e calmo
por ignorado, e proprio
por calmo, encher meus dias
De não querer mais deles.
Aos que a riqueza toca
o ouro irrita a pele.
Aos que a fama bafeja
Embacia-se a vida.
Aos que a felicidade
É sol, virá a noite.
Mas ao que nada espera
Tudo que vem é grato.

Fernando Pessoa

(homenagem ao meu primeiro mestre, que despertou a vontade do teatro)

Objeto de estudo

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?

Cecília Meireles

Nesse momento, em que apenas leio e tento assimilar os ensinamentos possíveis, faço desses versos objeto de meu estudo.
Tão densa e pequena... Essa poesia dificulta e facilita tudo.

Coisas de Cecília!

terça-feira, 30 de março de 2010

Construir a ação física...

Para não esquecer como se compoe uma ação física:

-elementos do estado interior: o se, as circunstancias dadas, a imaginação, a concentração da atenção, a memoria emotiva, os objetivos e unidades, a adaptação, a comunhão, a fé e sentimento de verdade.

-ritmo.

-impulso.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Mestre Stanislávski

Continuo minha leitura do livro.
Não tenho, nesse momento, palavras para descrever a euforia que o segundo capítulo me proporcionou. O texto aborda a exteriorização das emoções de forma intencional, pensada, idéia que aqui, avulsa, perde um pouco do brilho.
A essa altura, este Mestre não é mais uma referência abstrata para mim. A própria leitura trabalha em nós a idéia da relação entre memória e emoção no sentido de que nos provoca. Stanisláviski nos brinda com essa descoberta: transforma força emotiva em ação física.

E suas perguntas se perpetuam... cada vez que renasce o desejo de atuar.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Delsarte, de perto

Me deparei com a figura de François Delsarte.
Um distinto senhor que saiu por aí no século XIX, em inúmeras viagens, observando a linguagem do corpo, seus movimentos.
Descobriu um codigo corporal.

E eu, uma nova maneira de olhar. No contexto teatral, o corpo é material que se divide em voz, gestos e palavras.
Talvez Delsarte descortine para mim o elo entre teoria e prática, entre entendimento de trabalho de composição e capacidade para realizá-lo.

Talvez.

terça-feira, 23 de março de 2010

Todo começo...


Começo aqui meus primeiros passos na direção do entendimento da teatralização.
Esse caminho, em parte solitário, quero partilhar.
Esse caminho que desafia os sentidos, a intelectualidade e os limites de cada ator, de uma forma particular, e também solitária.
Quando se está pronto? ator-acabado, afinal?