quinta-feira, 18 de julho de 2013

sábado, 8 de junho de 2013

Sempre?

Sempre será difícil.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Minhas cores

Minha vida é uma composição de tentativas.

Recomeça-se o dia, todos os dias, trazendo nova oportunidade para caminhar meu caminho dourado.
Sinto-me restrita.
Minhas iniciativas não acompanham a vontade de realizar coisas. O calor que a arte me dá, e mais especificamente, a arte de teatro se renova. Decorridos 4 anos, que têm o peso e o aprendizado pessoal de 40, o que se modificou em mim foi o entendimento de que a vida é mais ampla que o palco, requer outros papéis além daquele como atriz.
Estou no quinto período de arte dramática, em fase inicial de montagem de um texto de Beckett. Paralelamente, tenho reuniões de produção de dois projetos, atividade semanal como pesquisadora do corpo cênico da escola de artes e atividades de experimentação de caráter independente. Na gaveta, muitos projetos embriões, de linguagens teatrais, cenas solo e parcerias escolhidas a dedo, aguardando decisão e tempo disponível. É muito mais do que pensei conquistar em escasso tempo de atividade e 40 anos de uma vida sem pensar teatro.
Trabalho numa empresa de engenharia e me desafio a manter rotinas de vida paralelas, organizadas e independentes. Não quero que falte tempo para um filme ou uma conversa de bar. Não quero retornar para casa sabendo não ter um abraço à minha espera. Compreendi que não posso falar de vida sob a luz de um foco qualquer se descuido de minhas próprias relações. Comovo-me pelos amigos que encontrei ao caminhar e que fazem de mim alguém de coração cativo. Num tom quase que de confissão, percebo ter considerado como impossível afeto que não fosse por um ator,  apaixonada que estou, por um engenheiro.
Falta tempo para estudo de voz e dança. Falta tempo para leituras. Falta tempo para escrever. Falta tempo para a ioga e o muay thai. Falta tempo para o francês e a fotografia. Então, receio os receios que me visitam. Porque sinto o corpo envelhecer. Sinto, mas não me entrego ao fato, a maior parte do tempo. Ás vezes, choro um choro que pede desculpas.
Projetando pensamento aos próximos 5 anos, talvez não possa realizar tudo que planejei, ao desejar ser atriz. Atriz, não. Desejei ter o ofício de ator. Ser agente. O que habita em mim, hoje, é um misto de limitações físicas que não posso desconsiderar, feridas emocionais e o que sou capaz de conceber. Quanto maiores são as dificuldades que se aproximam de mim, maior a vontade em assemelhar-me ao vento, água e céu.
Desejo.
Embora sem chão.

terça-feira, 19 de março de 2013

Cansaço meu e teu

"Há um grande cansaço de explicar o mar.
Seu ritmo de silêncio profundo, sua toada exausta, de ir e vir. Saber-se imponente. 
Solto e sempre.
Explicar e ser mar geram exaustão. 
E apesar dela a busca é infinda. 
Busca e devaneio. Navegar nas ondas das imagens que se debruçam, generosamente.
Nos meus sonhos ele é mais forte do que o real. 

Quando vou à praia não é ele que vejo.
Chamo-o de oceano de trás. Ele que mora em mim. 

Nas costas. 
Como que formando asas.
Ele que me lembra do que sou."

Marina Wisnik, In: Mar, Mistério, Cansaço e Sonho.

domingo, 17 de março de 2013

Me rendo

Tantas coisas não sei.
Ah, e como me dói não saber.

sábado, 2 de março de 2013

De olhos bem fechados

Me preparo para um semestre imerso de promessas.
Perto de Beckett e Verusca Caroun.
Após quase 3 anos, me sinto menos sabedora de meu óficio.
Meu coração está inchado.
Comporta mais dores.
Vivo.
Pulsante.
Contudo, vejo menos, ando menos, falo menos.

É como pisar em seus próprios olhos, no meio do caminho...

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A confissão que me cabe

A verdade mais simples, mais pura, mais direta.
A verdade.
O teatro salvou minha vida.

'Eu sou Ofélia. Aquela que o rio não conservou. A mulher na forca. A mulher com as veias cortadas. A mulher com excesso de dose sobre os lábios neve. A mulher com a cabeça no fogão a gás. Ontem deixei de me matar.'