O que é a voz para o corpo do ator?
Hoje começa o II Encontro da Universidade de Intercâmbio em Cena.
O evento tem como motivação primeira a inquietação artística e neste ano discute as fronteiras do corpo.
Os debates contam com a participação de pesquisadores como Fernando Aleixo e Renato Ferracini.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Peça Coração
Um- Posso pôr meu coração a seus pés.
Dois- Se não sujar meu chão.
Um- Meu coração é limpo.
Dois- É o que veremos.
Um- Eu não consigo tirar.
Dois- Você quer que eu ajude?
Um- Se não incomodar.
Dois- É um prazer para mim. Eu também não consigo tirar.
Um- (Chora)
Dois- Vou operar e tirar para você. Para quê que eu tenho um canivete. Vamos dar um jeito já. Trabalhar e não desesperar. Pronto – aqui está. Mas isto é um tijolo. Seu coração é um tijolo.
Um- Mas ele bate por você.
Texto Heiner Müller - Tradução Marcos Renaux
E eu nem gosto de falar.
Dois- Se não sujar meu chão.
Um- Meu coração é limpo.
Dois- É o que veremos.
Um- Eu não consigo tirar.
Dois- Você quer que eu ajude?
Um- Se não incomodar.
Dois- É um prazer para mim. Eu também não consigo tirar.
Um- (Chora)
Dois- Vou operar e tirar para você. Para quê que eu tenho um canivete. Vamos dar um jeito já. Trabalhar e não desesperar. Pronto – aqui está. Mas isto é um tijolo. Seu coração é um tijolo.
Um- Mas ele bate por você.
Texto Heiner Müller - Tradução Marcos Renaux
E eu nem gosto de falar.
sábado, 23 de abril de 2011
Batalha sem soldados
E nosso exército sofre novas baixas.
Felipe.
Mandy.
André.
Cleo.
Kássio.
Ulisses.
Se não existe ator pela metade...
Felipe.
Mandy.
André.
Cleo.
Kássio.
Ulisses.
Se não existe ator pela metade...
sábado, 16 de abril de 2011
Buscar a palavra no corpo
Tijolos à vista.
Retratos gráficos do mundo de fora.
Melodia cortando a musculatura intinerante.
O Homem escreve sua história com passos de teimosia.
Às vezes, ela recebe um nome diverso: persistência.
Se provoca um eco positivo, e ela sempre provoca algo, essa tal teimosia edifica, vira-se em flores.
Mas nem sempre flores são inofensivas.
Nem importa o nome que elas tenham.
O que angustia é não sair do lugar.
É, numa perspectiva mais assustadora, não chegar naquele lugar.
Onde venta.
Onde tem fruto saboroso.
Se o lugar de onde vim faz quem sou, a loucura é santa.
(Jogos Teatrais, 14/04/2011)
Retratos gráficos do mundo de fora.
Melodia cortando a musculatura intinerante.
O Homem escreve sua história com passos de teimosia.
Às vezes, ela recebe um nome diverso: persistência.
Se provoca um eco positivo, e ela sempre provoca algo, essa tal teimosia edifica, vira-se em flores.
Mas nem sempre flores são inofensivas.
Nem importa o nome que elas tenham.
O que angustia é não sair do lugar.
É, numa perspectiva mais assustadora, não chegar naquele lugar.
Onde venta.
Onde tem fruto saboroso.
Se o lugar de onde vim faz quem sou, a loucura é santa.
(Jogos Teatrais, 14/04/2011)
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Primeira ruptura
Com o olhar externo.
E isso mereceria algumas palavras, não fosse a necessidade de focar energia na ação.
Para a vivência.
Para a leitura.
Para o eco da própria ação do tempo.
Minha pesquisa para o fim de semana:
qualquer elemento que aproxime o espectador da cena que estamos trabalhando.
E isso mereceria algumas palavras, não fosse a necessidade de focar energia na ação.
Para a vivência.
Para a leitura.
Para o eco da própria ação do tempo.
Minha pesquisa para o fim de semana:
qualquer elemento que aproxime o espectador da cena que estamos trabalhando.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Do n° 10
Este relatório fala de uma ausência. No caso, a minha.
Precisei faltar a aula de interpretação dessa quinta-feira.
Mas quero fazer dessa ausência oportunidade de reflexão.
Por isso a chamo ausência-presença.
Não posso descrever, comentar, registrar as atividades realizadas.
Não vivenciei os fatos.
Mas fiz a descoberta mais intrigante de todas!
Que o teatro não está separado dos outros áspectos de minha vida.
No final, é tudo uma coisa só.
Me questionei, em silêncio, o que o grupo estaria fazendo... quem se abriu mais, quem foi engraçado, quem, além de mim, faltou...
E uma cena registrei na mente: ao entrar na sala, para participar da aula de voz, todos me olharam, e o olhar insinuava um segredo solene.
Que era também cúmplice!
É dificil ficar qualquer dia da semana sem pensar em teatro.
Gostaria de ter 'brincado com a cadeira'.
Como não o fiz fica a sensação de que hoje apenas RACIONALIZEI.
Precisei faltar a aula de interpretação dessa quinta-feira.
Mas quero fazer dessa ausência oportunidade de reflexão.
Por isso a chamo ausência-presença.
Não posso descrever, comentar, registrar as atividades realizadas.
Não vivenciei os fatos.
Mas fiz a descoberta mais intrigante de todas!
Que o teatro não está separado dos outros áspectos de minha vida.
No final, é tudo uma coisa só.
Me questionei, em silêncio, o que o grupo estaria fazendo... quem se abriu mais, quem foi engraçado, quem, além de mim, faltou...
E uma cena registrei na mente: ao entrar na sala, para participar da aula de voz, todos me olharam, e o olhar insinuava um segredo solene.
Que era também cúmplice!
É dificil ficar qualquer dia da semana sem pensar em teatro.
Gostaria de ter 'brincado com a cadeira'.
Como não o fiz fica a sensação de que hoje apenas RACIONALIZEI.
domingo, 3 de abril de 2011
Pra que?
Essa questão, que ora motiva este post, me foi apresentada num contexto afetivo.
E como todas as estradas levam ao mesmo lugar... me pergunto porque o Homem de nossos tempos precisa de finalidades.
Não poderia apenas sentir? Apenas viver?
Nesse sentido é que o teatro me cativa.
Há uma natural abertura para os sentidos, os outros.
E as perguntas continuam a ser perguntas.
Nesse painel, pano de fundo para a exploração dos impulsos, reflexos e rememórias as perguntas são a ponte para o encontro, para o caminho.
Teatrar, politizar a si mesmo pela poesia.
Se tudo que está fora quer entrar.
E tudo que está dentro teima em sair.
E como todas as estradas levam ao mesmo lugar... me pergunto porque o Homem de nossos tempos precisa de finalidades.
Não poderia apenas sentir? Apenas viver?
Nesse sentido é que o teatro me cativa.
Há uma natural abertura para os sentidos, os outros.
E as perguntas continuam a ser perguntas.
Nesse painel, pano de fundo para a exploração dos impulsos, reflexos e rememórias as perguntas são a ponte para o encontro, para o caminho.
Teatrar, politizar a si mesmo pela poesia.
Se tudo que está fora quer entrar.
E tudo que está dentro teima em sair.
sábado, 2 de abril de 2011
Eu não sabia
Que tudo no corpo é arte.
Tudo inclui o indesejável e oculto.
Aos poucos, substituo o olhar objetivo pelo olhar que tudo sente.
Aceitando a idéia de que seja possível.
Especular seria imaturo e ingrato.
Tem haver com paixão. Sede de paixão.Paixão e sede.
E o ator parece ser esse ser que faz relembrar que um dia, há algum tempo, não sabíamos falar, mas nos comunicávamos.
Não entendíamos a dinâmica do espaço que abriga e expulsa.
Ou entendíamos?
E que somos igualmente infinitos no elo entre forças sem nome.
Vestidas de natureza.
Vestidas de sensações inexplicáveis.
E agora que sei?
Quero estar em todos os lugares.
Tudo inclui o indesejável e oculto.
Aos poucos, substituo o olhar objetivo pelo olhar que tudo sente.
Aceitando a idéia de que seja possível.
Especular seria imaturo e ingrato.
Tem haver com paixão. Sede de paixão.Paixão e sede.
E o ator parece ser esse ser que faz relembrar que um dia, há algum tempo, não sabíamos falar, mas nos comunicávamos.
Não entendíamos a dinâmica do espaço que abriga e expulsa.
Ou entendíamos?
E que somos igualmente infinitos no elo entre forças sem nome.
Vestidas de natureza.
Vestidas de sensações inexplicáveis.
E agora que sei?
Quero estar em todos os lugares.
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